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Espanha tem 5000 novos casos num dia e “o pior ainda está para vir”


Espanha começa a viver os dias negros da pandemia. Previsões apontam para que, na próxima semana, atinja os números de Itália. “Os casos diagnosticados e de falecidos vão aumentar. Esperam-nos dias muito duros”, assume Sánchez

Espanha chegou ao sétimo dia de confinamento total com uma realidade muito negra – e prepara-se para que piore. Só neste sábado foram declarados 4946 novos casos da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, sendo já 24.926 as pessoas infectadas. A rede de saúde, estando a ser usada a pública e a privada, colapsou por sobrelotação, e por todo o país montam-se hospitais de campanha –​ só no recinto da feira internacional da Comunidade de Madrid, a região onde os números mais sobem de momento, estavam a ser montadas cinco mil camas.

“Nestes sete dias vimos como se cumpriram os piores prognósticos e como todos os Governos tomaram medidas extremas. Encaramos uma catástrofe para a qual a humanidade não estava preparada”, afirmou este sábado o presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez. “Espanha encontra-se entre os países mais afectados da Europa e do mundo”, assumiu.
Referido José Sierra, do Centro de Coordenação de Emergências, sublinhando que não se sabe quando se atingirá o pico do contágio.

A única certeza, avançaram os responsáveis, é que o ritmo de infecções em Espanha –​ os casos passaram de dois para 100 numa semana, de 100 para 200 na segunda semana e de mil para 4000 em quatro dias –, país que declarou o Estado de Emergência no sábado passado, vai aumentar.
“Os casos diagnosticados e de falecidos vão aumentar nos próximos dias. Esperam-nos dias muito duros”, confirmou Sánchez. “Infelizmente, o pior ainda está para vir”.
O líder socialista reflectiu ainda sobre a forma como a última semana mudou o país, as pessoas e a forma como se encara a sociedade espanhola: “Ainda só passaram sete dias. Mas estes sete dias mudaram-nos. Mudaram a nossa maneira de olhar para o bem público, a nossa forma de olhar para os vizinhos, a forma como olhamos aos que nos atendem nas lojas, os que asseguram as comunicações e a nossa forma de contemplar o inimigo”. 

Espanha, resumiu o El País, pode atingir na semana que vem os números de Itália, que é neste momento o país com mais infectados e mortos: respectivamente 53.578 e 4825 neste sábado (793 nas últimas 24 horas), segundo o La Repubblica.
José Sierra disse ainda que 50% dos hospitalizados têm mais de 70 anos, e que 70% dos doentes nesta faixa etária internados estão nos cuidados intensivos. Os menores de 30 anos são entre 5 e 10% dos doentes.
Doentes com outras patologias a serem enviados para casa, sempre que possível, para as alas serem ocupadas pelos doentes com o novo coronavírus, uma vez que as unidades de cuidados intensivos já estão sem espaço para mais pacientes (onde cabem 12 estão agora 40, como num dos hospitais de Madrid). E com hotéis e outros recintos a serem adaptados para receber doentes. 

Num só dia, e em toda a Espanha, foram hospitalizadas 13 mil pessoas, com metade delas a terem que permanecer internadas e 12% a exigirem cuidados intensivos, o que significa vigilância constante e ventiladores.
Há clubes de futebol a oferecerem instalações para ali serem instaladas unidades de saúde  – por exemplo o F.C. Barcelona, segundo a agência EFE.
O epicentro da crise é, neste momento, a Comunidade de Madrid, que tem 6,5 milhões de habitantes. Em 24 horas, a região registou 176 mortes, num total de 804. A Comunidade de Madrid contabiliza 60,6% do total de mortes em Espanha, segundo os dados divulgados neste sábado pelo Ministério da Saúde.

E nas mesmas 24 horas registaram-se 1756 novas infecções, de um total de 8921 (767 destas pessoas estão nos cuidados intensivos). Os hospitalizados em Madrid perfazem 47,6% do total de Espanha.
O Ministério da Saúde espanhol anunciou entretanto que adquiriu 640 mil testes de detecção rápida da infecção –resultados em 15 minutos, diz o jornal La Vanguardia – que vão ser distribuídos “imediatamente”. 
E fez saber que há maior dificuldade em adquirir material de protecção, como luvas e máscaras, destinados aos médicos, enfermeiros e restante pessoal, como técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e auxiliares de acção médica, porque neste momento o mercado deste tipo de produtos está “muito agressivo”

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