Para qualquer pessoa que entrou no mercado de trabalho nos últimos vinte anos, o salto tecnológico foi imenso. E-mail e videoconferência, por exemplo, ajudaram pessoas a se conectar. Whatsapp e redes sociais permitem contatos com pessoas de fora da empresa e a internet em si é fonte de informação infinita.
Mas hoje o efeito mais esperado – o aumento da produtividade – muitas vezes não ocorre. Ou piora. Segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, a produtividade dos americanos entre 2007 e 2017, de 1,2% ao ano, foi de menos da metade da produtividade da década anterior, 2,6%. É a mais baixa em 50 anos.
Uma série de razões explica estes números. Por exemplo, numa pesquisa entre trabalhadores, feita pela empresa de eletrônicos Sharp em 2017, 38% dos britânicos confessaram que eram menos produtivos por não dominarem a tecnologia.
Muitos softwares e equipamentos exigem aprendizado constante sobre como usá-los. Além disso, outro tanto não é eficiente para o trabalho ou está desatualizada – como o uso de computadores antigos e lentos – ou até é avançada e complicada demais para o trabalho.
Alguns economistas também apontam o Paradoxo de Jevons ou Efeito-ricochete. Ao analisar o consumo de carvão nas casas e fábricas durante o século XIX, o inglês William Stanley Jevons se deu conta de que as pessoas, com o tempo, passaram a usá-lo de maneira mais eficiente.
O esperado era que o consumo caísse, acompanhando o uso mais racional, mas o contrário aconteceu. Com um uso eficiente, o preço despenca. Se ficassem com o mesmo consumo, as pessoas iriam poupar esse dinheiro ou gastariam em outra coisa. Porém a maioria preferia comprar mais carvão e ficar aquecida em mais horas do dia.
Algo parecido ocorre com a tecnologia no trabalho. Em um primeiro momento, as facilidades permitem pular e acelerar processos, com um ganho de tempo dos trabalhadores. Um exemplo é a videoconferência. No lado positivo, as pessoas passaram a se reunir sem precisar se deslocar a um mesmo lugar.
Ao mesmo tempo isso levou à reclamação de que hoje em dia ocorrem reuniões demais, com perda considerável de tempo. O mesmo pode ser dito do uso do email, Whatsapp e etc. Em um artigo para o Harvard Business Review, o consultor Michael Mankins calcula que um executivo hoje gasta 11 horas por semana respondendo mensagens, mais de um dia inteiro de trabalho.
Mas como os trabalhadores se sentem a respeito? O Pew Research Center, instituto de pesquisas americano, mediu o impacto da tecnologia em 535 pessoas. Seis em cada 10 delas usavam o email e, logo, a internet como ferramenta de trabalho enquanto o uso de celular era de pouco mais de 2 em cada 10.
Só 7% ou seja, 7 em cada 100 pessoas, achava que ficaram menos produtivas por causa da tecnologia. E quase metade delas se sentia mais produtiva. A possibilidade de se comunicar com pessoas fora da empresa, mais flexibilidade no trabalho e aumento no número de horas trabalhadas foram as vantagens mais citadas.
As respostas sugerem que a tecnologia atrapalha bem menos do que dizem alguns números. Mas as estatísticas que mostram uma queda também não mentem. É um caso ainda a ser melhor estudado, ainda que novas tecnologias continuem a surgir, criando novos usos, vantagens e problemas.
Família apanhada em Portugal a operar as burlas "olá pai, olá mãe". Há tentáculos num país "do centro da Europa"...
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta terça-feira que desmantelou uma estrutura que criava milhares de burlas informáticas “olá pai, olá mãe” e que deteve um homem suspeito dos crimes de burla qualificada, associação criminosa e branqueamento de capitais. Em comunicado, a PJ explicou que na sequência da denúncia, recebida em janeiro, o Departamento de Investigação Criminal de Leiria fez diligências que permitiram “identificar coincidências e apensar mais sete inquéritos, notando-se a utilização maciça de números de telemóveis irrepetíveis, de operadoras nacionais, para a prática deste tipo de ilícito, o que espoletou alertas e obrigou ao recurso a meios especiais de obtenção de prova”. “No decorrer da operação, a PJ apreendeu 49 ‘modem’, que acoplavam 32 cartões SIM por aparelho, o que significava que operavam 1.568 cartões em simultâneo”, adiantou a PJ, assinalando que “esta capacidade, num primeiro momento, permitia a criação de milhares de contas, principalmente no WhatsA...
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